quinta-feira, agosto 09, 2012

A guerra em Suape

O clima era de salve-se quem puder. Correria e pessoas se acotovelando para subir nos ônibus das empresas e voltar para casa. Quem não conseguiu deixar o campo de guerra, instalado na manhã de ontem em Suape, assistiu ao confronto. De um lado do front, o Batalhão de Choque e a Polícia Militar (PM) disparando tiros de balas de borracha e bombas de efeito moral. Do outro, operários ateando fogo aos ônibus que restaram no canteiro de obras da Rnest. No final da manhã, a violência deixou um saldo de sete veículos incendiados, vários feridos e dois operários detidos.A confusão começou depois que a diretoria do Sintepav-PE leu a sentença do TRT decretando a ilegalidade da greve, determinando a volta às atividades e anunciando o desconto dos dias parados. Insatisfeitos, alguns trabalhadores apedrejaram o trio elétrico que servia de palanque. Os sindicalistas precisaram se abrigar dentro do veículo para fugir das pedradas e garrafadas. A polícia reagiu com tiros e começou a correria. Os representantes do sindicato precisaram da escolta da PM e da segurança patrimonial de Suape para deixar a refinaria sem passar pela zona de conflito. No meio do tumulto, funcionários desmaiaram e foram feridos pelas balas de borracha. Na condição de espectadores, operários fotografavam e filmavam a atuação da polícia e reclamavam da truculência com colegas que não participaram dos atos de vandalismo. "Não tive coragem de descer do ônibus para participar da assembleia. Estou com muito medo. Não sei se venho amanhã (hoje)", confessou uma armadora de estruturas.

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